quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Novidade?

Certas vezes me pego pensando se ainda há algo que precisa ser dito, se há algo de novo, de realmente novo que ainda falte alguém pensar e abrir a boca sabiamente... E me refiro ao Bom Novo, à Boa Nova... porque de atrocidades, de passos infelizes e de bobagens, sinto-me realmente cansada!
Me pergunto, por exemplo, como a arte consegue se reinventar a cada dia e de forma tão profunda! "A vida imita a arte
? A arte imita a vida?"

Quantos excelentes compositores estão soltos por aí, fazendo o que nós gostaríamos de poder! Quantos amigos tão essenciais aos "nossos" amigos têm sempre uma palavra forte e comovente que vai alçá-los à vida, e que a gente sequer pensou algum dia em formar tal idéia...

Me surpreendo a cada novo passo da Vida e dos seus filhos! São tão belos e diversos os passos que podemos dar que às vezes só observo, pra ver se cresço um pouco!

Puxo a carruagem pra frente, porque a Vida anda depressa... Levanto a cabeça dos pensamentos produtivos e ponho-me à disposição dEla... Desejo intensamente que seja leve e grandiosa, como as músicas que eu quis compor, como as fotografias que eu ainda não tirei, como as mãos que me foram estendidas no caminho... e as que estenderei!

Hoje acordei lembrando que há, SIM, muita novidade... E que prová-las é sempre a grande delícia da vida...

A todos os dias, sejam bem vindos os Bons Novos e as Boas Novas!

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Mais do passado presente

Foi cantando ou arriscando
que aprendi a ser feliz...
Peguei uns sonhos de outrem
E devaneios de outrora
E decidi reinventar
Puxei minha aquarela
Fisguei alguns carnavais
E fis de tudo uma doce brincadeira

Foi assim que renascemos
É assim que revivo cada dia
Entre pautas e compassos.
Na junção de harmonia e ritmo
Assim compus esta canção...

É um amor de priscas eras

Onde o mais longe que se vê
nem mais se vê.
É um amor que canta o bobo
Que dança o belo
Que sonha de olhos abertos
E que tem a fé no amanhã...

É amor de anjos e demônios,
De forrós e Rock and Rolls...
É o que traz e nos levanta
É o que crê e segue
É o que faz e acontece,
Onde, quando e porque.

É sintonia, sinfonia, sim,
harmonia, história, laço
É dançar no mesmo passo
em um abraço sem fim.

-03.03.09-

domingo, 20 de junho de 2010

Reencontrando rabiscos

E pensei, porque não?

Pois, Sim!

Um pouco do que escrevi um dia, e do que ainda sinto.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Faz uma canção
E chama como sonhares
Risca as primeiras notas
E faz-lhes insignificante após o primeiro rabisco
Tenta uma vez mais
Joga um ré e um si desafinados
E assim vais compor essa história

Acrescenta beco, óculos, riso,
Chama tudo pro cinema
E cansas uma vez mais.
Assim recomeçando,
como algo bem brasileiro
Leva luta e carinho num só tempo
dois pra cá, um pra lá
Acelera e retorna
Faz do grito a harmonia
E do medo os instrumentos
Leva onde você for...

Será par e cumplicidade
E nada alcançará tão belo
Leve fogo que ilumina
E faz dos corações uma só alma.

É assim que se inspira,
Pautas, notas, simetria
E se completa essa canção

-03.03.09-

sábado, 29 de maio de 2010

Sobre Gratidão Filial

D. Fátima é aquele tipo de mãe que é pura dedicação. Mesmo tendo sido necessária a ajuda de uma prima na criação dos seus 8 filhos, Fafá, como gosta de ser chamada, sempre esteve presente no dia a dia de seus rebentos, dividindo a vida entre a roça e os meninos. Típica senhora de interior, viveu a maior parte do tempo com sua mãe, já muito idosa e viúva. Quando criança, Fafá teve oportunidade de ir à capital algumas vezes, e depois que se casou com o Sr. Luiz mais umas 2 ou 3.
Apesar de todos os "pesares" que circundam as vidas das pessoas, especialmente as que têm as mãos calejadas e a pele já bastante queimada pelo sol, Fafá tinha um grande sonho, que nunca dividiu com ninguém. Ela não queria parecer egoísta por querer tanto "a coisa mais difícil do mundo" enquanto as pessoas à sua volta só queriam o sossego de suas redes de balanço e a comida à mesa. Depois de quase 20 anos de casada, eis que uma sirigaita veio mexer na sua plantação. Dona Fafá, que num era mansinha nem nada, botou a danada para correr com o traste do Seu Luiz. Este, por sua vez, arrumou as malas e levou a metade dos meninos pra capital, deixando o mais velho pra cuidar dos três caçulas e do que restasse daquela mulher que ele tanto disse amar, mas que não lembrou uma vez sequer de respeitar.
A vida não estava nada fácil em nenhuma parte, e isso já faz uns 15 anos... Lá a pobre de Fafá arregaça as mangas e se põe a servir, contando com a sorte, com a chuva e com sua prima, sempre tão fiel ao seu lado. Um belo dia, depois de muita labuta, Fafá senta pra ver a televisão chiada e começa a falar sozinha "isso tudo deve ser tão lindo... mesmo que lá seja tudo diferente, deve ser tão lindo... Olha só... Me arrepio só de pensar!" Maria, a tão estimada prima, tenta puxar assunto, e nada de Fafá falar... até que esta adormece.
Para surpresa de Maria, Luiza acorda e vem ficar com elas no sofá. "Silêncio, a mamãe tá dormindo" As duas ficam observando os sorrisos de D. Fafá e as conversas sobre montanhas, rios, praia, avião... Avião?? "Que cara estranha ela faz quando fala a palavra avião. Deve de tá com medo!" Pronto! Mistério desvendado! Aquela história rendeu longas risadas depois que todos acordaram... é claro que ninguém daquela casa nunca ia andar de avião nem ver tudo aquilo que a mamãe queria. Como? Com que dinheiro?
Os anos passaram, os filhos foram casando, e mudando-se para fazendas ou municípios vizinhos, ficando com Fafá apenas o Raimundo e a Luiza. Raimundo, atrevido que só ele, dizia desde muito novo que ia se casar com uma mulher da cidade grande! "Mas eu nunca vou esquecer a senhora, mãe" Luiza, uma tranquilidade em forma de gente, disse que até gostaria de morar na capital, mas só quando dona Fafá pudesse ir com ela...
E assim fizeram! Se mandaram os três para a capital assim que Luiza terminou os estudos no interior e que os dois podiam disputar, enfim, para ingressar numa universidade. Sabiam das dificuldades, mas tinham alguns parentes distantes que poderiam ajudá-los um pouco. Encurtarei a história (já longa demais!) porque esses danados passaram por poucas e boas. Não vou dizer que o Raimundo é um folgado, porque ele era muito estudioso e inteligente, mas depois que conheceu a danada mulher da cidade, parece que esqueceu do que haviam passado até agora... e do que havia prometido. Realmente ele não esqueceu a Fafá... sempre que sentia fome, dor ou que tinha algum problema, ele bem que lembrava dela! Nesse meio tempo, Luciana, filha mais velha dos 8, voltou pra barra da saia com um menino na barriga, aumentando o trabalho da pobre da Fafá, que não se importava porque tinha o coração muito grande!!!

E, como era de se esperar, Raimundo prosperou na vida e casou-se com a moça da cidade! Adivinha?! Lua de Mel em Salvador! Avião, rios, praia...

Luciana, Luiza e Fafá, juntas desde então, levam a vida da família, das outras pessoas que apareceram nesta casa, dos netos...

Mas um dia desses eu estive na casa das meninas e conversei com elas a noite toda... (ô meninas engraçadas!) e, como não poderia ser diferente, conversamos sobre sonhos e futuro... e a menina Luiza lembrou daquela noite, quando D. Fafá assistindo a novela contou a todos de seu sonho. Eu, mudando inocentemente de assunto por ver o constrangimento que isso gerava na senhora, perguntei: por onde anda o Raimundo? E fiquei sabendo que ele mora na zona nobre da capital, que viaja 3 vezes ao ano e que não pensa em ter filhos por enquanto... Nossa! Fiquei muito feliz! Ele é um menino muito bom e merece esse crescimento todo! Imagino que a senhora, D. Fafá, já conheça a metade do país... que delíc...
- Não se iluda, amiga. - Me responderam em côro as Lus. Aquele sonho da mamãe ainda é só sonho... Raimundinho vive o sonho dele.

Engoli dificilmente o último gole do guaraná ao ver aquela senhora levantar-se recolhendo a louça e encerrando a "festa". Entendi que ela não gosta quando as meninas falam dele, porque ele é um orgulho para ela, plena representação da vitória.
Mas a lágrima que se escondia no canto do olho era lágrima de espera, da esperança que a promessa do Raimundo fosse cumprida... e que "nunca vou esquecer a senhora" um dia viesse a significar: vou sempre lembrar da senhora.

Eu sei que D. Fafá vai realizar seu sonho. Assim que a Lui e a Luci puderem, a segurarão pela mão e a levarão consigo, como fazem em tudo e para tudo.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Quando os filhos crescem...


Falar sobre as crianças é sempre algo curioso... mas, para mim, mais curioso ainda!

Quantas vezes eu já ouvi a pergunta: "E você tem filhos?", à qual sempre me resta apenas o sorriso para responder "sim, dos 'outros'". Seja pela forma, pela aparência, ou pelo jeito tantas vezes infantil de tratar as crianças ou de falar delas... Fato: Todos tem certeza que tenho filhos, até que puxem a mente à razão!

Mas não queria falar de mim, senão dos meus "filhos"... dos presentes que a vida me deu, e dos que roubei para mim sem que ao menos tenham ciência...
Estes dias me peguei refletindo sobre quando os filhos crescem e sobre como ficamos velhos. Primeiramente lhes apresento os 6 primeiros, o mesmo número que a minha mãe, sendo todos vínculos apenas do coração...


Rodrigo - Uma brincadeira de adolescência. Filho de um casamento que não deu certo (como tantos!), mas um prodígio! Um poço de inteligência com quem tenho pouquíssimo contato, mas por quem tenho tamanho apreço! Um orgulho, por assim dizer!
Isabele - Uma disputa de sala de aula... uma divisão de carinhos! Nascida para poder namorar o meu "sobrinho"... e primeira que VINGOU como filha! Além de tudo, me deu um grandessíssimo presente: minha primeira neta (e foi assim mesmo que ela disse: Se prepare! você vai ser avó)
Flora - Filha desta vida e de outras... ligadas desde o primeiro grito. A primeira a quem tive que assumir a "paternidade"... E que hoje me disse: "olhe aqui, papai..." me mostrando que daqui a muito pouco será uma mocinha.
Gabriel - Mais um filho de um casamento que não deu certo (de nenhum lado), mas uma doçura! Aquele filho com quem nos preocupamos mais, que requer um bocadinho mais de atenção... e que cresce e cresce!
Cláudio - Ixi! Outro marmanjo que me encontrou no caminho... e que precisou do meu colo, e que esteve comigo em tantos momentos... e que há pouco me deu meu primeiro neto. Um menino estrela!
Letícia - Ahhh... essa é filha de uma pulada de cerca =) Ligadas desde o ventre de sua mãe, nos resta uma conclusão: Se fosse sangue do meu sangue, não pareceria tanto comigo! É a que faz mais questão, a que requer mais carinho... A caçula, por assim dizer! Como a "papaia" aqui.

Parecem tantos, mas são poucos frente aos demais encontros que tive na vida após o nascimento da última pequena há quase 5 anos... Os adotivos, os filhos que me escolheram e os que eu escolhi... os que me tratam como irmã e que nem imagina que os vejo como miniaturas, como toda mãe boba...

Estou começando a achar que eu tenho um problema na cabeça... um vício mesmo de achar que sou mãe! E descobri isso semana passada, vendo um grupo de amigos artistas que acompanho há anos...

O maior deles havia me dito na véspera: "basta gritar pelo Vilão"... e eu guardei aquilo.
Vilão havia sido sua primeira personagem (que me recordo) há muuuuito tempo... (E como ele já era bom àquela época!) Fui ao teatro encontrá-los, depois de tantos personagens infantis, juvenis, adultos... Fui de coração aberto, procurar o meu Vilão... Qual não foi minha surpresa quando não o encontrei! Vi meninos crescidos, amadurecidos... Vi postura de palco, entonação de voz, vi expressões incríveis... vi maturidade! E caí em mim! Meus filhos cresceram...

Como alguns filhos e algumas mães, não acompanhei de perto o que se passou, quantos tombos eles levaram, quem estava lá para impulsioná-los adiante, quem tentou lhes puxar o tapete, quem segurou em suas mãos... Não sabia seque quem eram os "coleguinhas" com os quais estavam estudando agora! Me deparei com tal situação: filhos que não tive o prazer de ver crescer, os quais ainda vejo como doces crianças... homens!

E fico tentando entender, porque será que o tempo passa? E como pode ser tão rápido? Será mesmo que não poderíamos reduzir um pouco a velocidade?! Ora, eu tenho 6 filhos "de sangue", mais uns 8 adotivos, uns vários netos, mais um bocado de amigos que acompanho com carinho de mãe... E ainda mais um outro tão querido já guardado no carinho do céu... Como é que eu posso dar conta?

Guardo um pensamento e uma prece. Peço a Deus pelos "meus" e pelos seus...
E só agradeço, por cada um destes anjinhos que a vida leva e traz.

sábado, 1 de maio de 2010

Terceira noite da lua de mel

Olhava-a com a profundidade e o encantamento de um matuto a olhar o mar a primeira vez.
Tinha a sensação de que aquele momento era único e eterno.

Corpos cansados, cabeças vagando, apenas olhares!
Nenhum pensamento advinha, nenhuma cor era necessária. Era a fotografia perfeita.
Conversaram nada... e até que falaram muito!
- Diz que fica comigo pra sempre?
- Eu me abestalho por você todos os dias...
- Casa comigo?
- Eu já sou casada com você, e me apaixono mais sempre!
- Então fica aqui...
Trocaram outras confidências, e toda a afinidade que lhes era peculiar.
O mais engraçado, pessoas tão iguais, e ao mesmo tempo tão diferentes! (E tamanho era o amor!)

O sentimento principal: "Podem liberar as coordenadas para acabar o mundo, porque agora não nos falta nada."
Era quente, seguro, confiável, confortável...


A TV convidava a mais um episódio, mas preferiram manter o encaixe ao invés de se esticar para buscar o controle remoto. Naquele momento, ninguém desejava qualquer controle...
...aqueceram mais aqueles braços e corpos apenas a provar-se um pouco mais. Não podiam perder aquela noite... Era MUITO importante, muito especial!

Especial de modo que observei pasma e alegremente...

Estavam à cama de molas já um pouco velha, em uma bela noite de lua cheia, depois de mais um laborioso dia - longe mesmo da lua de mel - apenas gastando os sentimentos de se gostar.
E dormiram com o cansaço de aproveitar o amor na essência da lua, do mel...

Claricear...


Depois do que você disse, decidi pensar!
Talvez fora uma das maiores e melhores decisões que eu haja tomado ultimamente... E, definitivamente, o que eu estava precisando!

Toda a vida fora intensa, todos os sentimentos *puros*.
Nos demos às mãos quando de frente ao mar, rimos da lua, desvendamos as nuvens que insistiam em aparecer sempre mais densas... Corremos na chuva, encostamos nossos corpos, ficamos escondidos, nos arriscamos...
Foram tantas flores perfumadas, tantos chocolates compartilhados...

Amizade? Romance?
Os vizinhos nunca souberam ao certo em que apostar!
Talvez eu fosse só mais uma borboleta, bem no meio do seu jardim, tão florido de amigos e amores; mais um pombo nos céus de sampa... Ou mesmo mais um poema perdido em um livro famoso...

Hoje não adianta tentar lembrar que meu sorriso é divertido, que meus olhos têm uma luz especial, que meu abraço te dá segurança...
Hoje não mais adianta ter tudo o que você precisa para viver feliz, ser a música principal da sua vida, ser "boa demais", se a distância que separa nossos corações é maior que as milhas entre nossos estados.

Mas o que teria eu de diferente de tantas outras Clarices, outras Anas, outras Cecílias? E porque comigo?

Como elas, acreditei em suas palavras, aceitei os seus abraços, acordei de madrugada, tive sonhos bons e ruins...

Engraçado!
Uma amiga perguntou "se eu voce sabe as respostas, porque faz as perguntas?", enquanto a outra pensava "porque a gente sempre quer uma segunda opinião - ou tem outras esperanças".

*-*-*-*-*

E eu, um pouco consciência, um pouco inconsciência, agora posso dizer o que há de diferente em você, Clarice:
O valor.
Do que é, do que tem em si, do que sabe ser!

E todo o amor que há em sua essência, que independe de Ciros e Reis.

domingo, 25 de abril de 2010

Outono no coração...

Tantos anos se passaram, tanto aconteceu!
Mas isso não é inédito para quem vive, porque o mundo gira o tempo todo - e às vezes é tão rápido, que quase tombamos.

Ainda lembro que você era bem pequeno, e já o mais esperto da turma!
Que era eu, senão criança ensinando crianças com a ajuda de terno coração?!
Àquela época já me assustava com suas perguntas e com aquela carinha de "é bom lembrar o que eu já sei".
Não lhe faltou humildade nunca, nunca lhe parecemos inúteis.
Sobrou-lhe coração e sabedoria.

Uns diziam que era uma criança pura, outros que era um adulto em miniatura.
Eu sabia apenas uma coisa: Era belo e havia uma missão.

Caíam as folhas de outono em algum lugar de nosso globo. Havia festa do lado de lá e pensamentos introspectivos por aqui. Era fato - iniciava-se uma nova fase, uma nova frequencia, uma nova vida.
A missão tomava claramente seu curso. Não se pode fugir quando o trabalho chama.

Calma.
Talvez não esteja tão claro para todos que trata-se de missão... precisaremos de tempo.
Silêncio e sorriso.
Era alívio para a maioria que desejava mais e mais estações compartilhadas.

O vento soprava forte e as mensagens se espalhavam no vento.
Não. Não era dominador da palavra, mas seus atos, ainda que regidos por um corpo infantil, resplandeciam a pureza do belo e do certo.
Um exemplo! Várias conquistas!
Descobri o mistério...
Ele ganhou dos céus o vento de presente, e saiu a cantar.


Rimos muito juntos, das coisas mais bobas que imaginásseis.
Não corremos ou andamos de bicicletas juntos, mas falamos da vida e daquele outono. Daqueles que o transformaram e o fizeram estar cada vez mais próximo e parecido com os elementos da natureza...

Nosso bem querer se transformara em dulcíssima amizade...
E na última vez que nos vimos, quis colocá-lo no braço...
Mas já havia passado um monte de outonos...

A missão invertida de valores estava por finalizar,
E ele, que ora senti como filho, ora como anjo, disse-me em pensamento, percebendo meus olhos de saudade, que o vento precisava soprar por todas as partes.

domingo, 18 de abril de 2010

Naquele dia...


Sentou-se.

Não era a primeira vez que o fazia, mas naquele dia havia esquecido os sons do mundo lá fora - fora necessário. Madame Heart anunciara a chuva e não seria um bom dia para procurá-las, assim ele explicou.

Leve por assim dizer, sorriu como se fosse criar um novo mundo.
Deitou-se à mãe Terra e olhou a constelação que havia sobre sua cabeça.
Ainda era dia, mas para ele, a noite sempre se fazia com estrelas coladas em um céu azul com manchas da última chuva.

Alcançou com a mão o pianinho e brincou com suas notas mais próximas.
Trouxe o caderno de música à mão e o que parecia mais estranho é que usava lápis de cores.

Não quis atrapalhar.

Tocava uma nota, pintava uma cor,
mais um plin, e outro pingo...
Assim foi fazendo, e cada vez com mais alegria...

Eu jamais podia imaginar o que se passava em sua cabeça, mas que aquele olhar era de uma alegria contagiante era inegável.

Acompanhei sem fazer qualquer interrupção e sem me esforçar para entender...
Era tão lindo que assistimos a chuva passar sem que nos déssemos conta.

(silêncio)

O caderno de pautas estava todo colorido... aqueles pontos faziam todo o sentido em sua cabecinha... (ele poderia reproduzir quantas vezes eu quisesse)

Que impressionante!
Quanta doçura!

Ganhei o dia.

Era apenas um menino... e já compunha às borboletas!

sábado, 17 de abril de 2010

Nos Bailes da Vida

"Foi nos bailes da vida, ou num bar em troca de pão
Que muita gente boa pôs o pé na profissão
De tocar um instrumento e de cantar
Não importando se quem pagou quis ouvir, foi assim
Cantar era buscar o caminho que vai dar no sol
Tenho comigo as lembranças do que eu era"


São tantas coisas acontecendo no mundo, tantos grandes nomes nascendo,
Tantos outros nomes ainda se mantendo no anonimato...
Percebo o quanto é saudável a gente poder refletir sobre a vida nos aspectos que une os homens, as civilizações, a criação!

As palavras, as cantorias, as imagens, as aquarelas, os retalhos, as sapatilhas...

A arte,
Os seus elementos, o seu toque.

O que toca você, o que toca em você,
O que lembra o passado, o que chama o futuro,
O que definitamente nos (re)une!

Seja na crença, seja na dança...
seja ainda no sonho que outrora tivemos...
O que nos movimenta e nos põe em trânsito...

Essa arte linda e pura, que tanto já sofreu
Que ainda sofre e chora escondida
esperando um lugarzinho para ser bem recebida,
Arte que brilha onde há escuro, e que é quentinha quando faz frio...
Arte com brinde, arte com costumes
Arte com códigos, arte livre...

Poesia, Música, Artesanato
Teatro e tanto, tanto!
(Nem ousaria)

Arte de sorrir
Arte de cuidar de crianças
Arte de encantar os velhinhos
Simples, Pura!

Arte...
Que seja sempre Arte,
porque em sua palavra já resume a essência!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Relembrando os velhos tempos...

Certa feita uma pessoazinha por quem tenho muito apreço escreveu sobre mim, em um velho dia de aniversário... e assim deu uma pequena descrição em um dos versos: "Olhos de ver o suave no grotesco"...
Isso até hoje mexe comigo... até esta data penso e acredito mesmo nesses olhos, que foram vistos por outros olhos doces e infantis...
E talvez seja por isso. Talvez seja por esses olhos que decidi voltar a escrever, a caçar inspiração "Sabe Deus onde"... e vim parar aqui!
Para pensar sozinha e acompanhada,
Para compartilhar e para entregar,
Para falar bobagens e seriedades,
Para fazer pensar e para refletir sozinha,
Para exercitar o português e me apaixonar ainda mais por ele,
Para pensações, para tudo o que se pensa,
Para tanto e para nada,
Para poder ler mais e ter menos preguiça,
Para esperar e para doar,
Para conversar um pouco...

Para dividir meu carinho ou para encontrá-lo nas palavras...

Estamos aqui!