quarta-feira, 26 de maio de 2010

Quando os filhos crescem...


Falar sobre as crianças é sempre algo curioso... mas, para mim, mais curioso ainda!

Quantas vezes eu já ouvi a pergunta: "E você tem filhos?", à qual sempre me resta apenas o sorriso para responder "sim, dos 'outros'". Seja pela forma, pela aparência, ou pelo jeito tantas vezes infantil de tratar as crianças ou de falar delas... Fato: Todos tem certeza que tenho filhos, até que puxem a mente à razão!

Mas não queria falar de mim, senão dos meus "filhos"... dos presentes que a vida me deu, e dos que roubei para mim sem que ao menos tenham ciência...
Estes dias me peguei refletindo sobre quando os filhos crescem e sobre como ficamos velhos. Primeiramente lhes apresento os 6 primeiros, o mesmo número que a minha mãe, sendo todos vínculos apenas do coração...


Rodrigo - Uma brincadeira de adolescência. Filho de um casamento que não deu certo (como tantos!), mas um prodígio! Um poço de inteligência com quem tenho pouquíssimo contato, mas por quem tenho tamanho apreço! Um orgulho, por assim dizer!
Isabele - Uma disputa de sala de aula... uma divisão de carinhos! Nascida para poder namorar o meu "sobrinho"... e primeira que VINGOU como filha! Além de tudo, me deu um grandessíssimo presente: minha primeira neta (e foi assim mesmo que ela disse: Se prepare! você vai ser avó)
Flora - Filha desta vida e de outras... ligadas desde o primeiro grito. A primeira a quem tive que assumir a "paternidade"... E que hoje me disse: "olhe aqui, papai..." me mostrando que daqui a muito pouco será uma mocinha.
Gabriel - Mais um filho de um casamento que não deu certo (de nenhum lado), mas uma doçura! Aquele filho com quem nos preocupamos mais, que requer um bocadinho mais de atenção... e que cresce e cresce!
Cláudio - Ixi! Outro marmanjo que me encontrou no caminho... e que precisou do meu colo, e que esteve comigo em tantos momentos... e que há pouco me deu meu primeiro neto. Um menino estrela!
Letícia - Ahhh... essa é filha de uma pulada de cerca =) Ligadas desde o ventre de sua mãe, nos resta uma conclusão: Se fosse sangue do meu sangue, não pareceria tanto comigo! É a que faz mais questão, a que requer mais carinho... A caçula, por assim dizer! Como a "papaia" aqui.

Parecem tantos, mas são poucos frente aos demais encontros que tive na vida após o nascimento da última pequena há quase 5 anos... Os adotivos, os filhos que me escolheram e os que eu escolhi... os que me tratam como irmã e que nem imagina que os vejo como miniaturas, como toda mãe boba...

Estou começando a achar que eu tenho um problema na cabeça... um vício mesmo de achar que sou mãe! E descobri isso semana passada, vendo um grupo de amigos artistas que acompanho há anos...

O maior deles havia me dito na véspera: "basta gritar pelo Vilão"... e eu guardei aquilo.
Vilão havia sido sua primeira personagem (que me recordo) há muuuuito tempo... (E como ele já era bom àquela época!) Fui ao teatro encontrá-los, depois de tantos personagens infantis, juvenis, adultos... Fui de coração aberto, procurar o meu Vilão... Qual não foi minha surpresa quando não o encontrei! Vi meninos crescidos, amadurecidos... Vi postura de palco, entonação de voz, vi expressões incríveis... vi maturidade! E caí em mim! Meus filhos cresceram...

Como alguns filhos e algumas mães, não acompanhei de perto o que se passou, quantos tombos eles levaram, quem estava lá para impulsioná-los adiante, quem tentou lhes puxar o tapete, quem segurou em suas mãos... Não sabia seque quem eram os "coleguinhas" com os quais estavam estudando agora! Me deparei com tal situação: filhos que não tive o prazer de ver crescer, os quais ainda vejo como doces crianças... homens!

E fico tentando entender, porque será que o tempo passa? E como pode ser tão rápido? Será mesmo que não poderíamos reduzir um pouco a velocidade?! Ora, eu tenho 6 filhos "de sangue", mais uns 8 adotivos, uns vários netos, mais um bocado de amigos que acompanho com carinho de mãe... E ainda mais um outro tão querido já guardado no carinho do céu... Como é que eu posso dar conta?

Guardo um pensamento e uma prece. Peço a Deus pelos "meus" e pelos seus...
E só agradeço, por cada um destes anjinhos que a vida leva e traz.

4 comentários:

  1. Muito tocante seu texto. Ainda não tenho filhos, mas já ganhei a minha primeira que é a minha sobrinha :)
    E quanto ao tempo, ele é mesmo implacável, mas essa vida tão corrida, tão louca ajuda bastante a fazer com que o tempo seja perdido com coisas não tão importantes e quando menos se espera, olhamos ao redor. Caramba eles cresceram...

    Um grande abraço

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  2. Uma criança é capaz de mudar a vida de um adulto. Não sou pai, mas tenho sobrinha, e percebo o quanto a vida do meu irmão mudou em vários aspectos. É uma magia inexplicável...
    Lindo texto, Evelissa!
    Bjs...

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  3. Que massa! Sabe, sonhei ser pai aos vinte anos... Infelizmente, não deu, e agora, vai ficar pra mais tarde.

    Mas, além da banda que cogitei um dia formar, um guri era meu sonho de consumo para um garotão de vinte anos...

    Xeros!

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  4. Adorei! ´Só um coração e uma mente de mãe pra escrever algi tçao sensível...

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