domingo, 25 de abril de 2010

Outono no coração...

Tantos anos se passaram, tanto aconteceu!
Mas isso não é inédito para quem vive, porque o mundo gira o tempo todo - e às vezes é tão rápido, que quase tombamos.

Ainda lembro que você era bem pequeno, e já o mais esperto da turma!
Que era eu, senão criança ensinando crianças com a ajuda de terno coração?!
Àquela época já me assustava com suas perguntas e com aquela carinha de "é bom lembrar o que eu já sei".
Não lhe faltou humildade nunca, nunca lhe parecemos inúteis.
Sobrou-lhe coração e sabedoria.

Uns diziam que era uma criança pura, outros que era um adulto em miniatura.
Eu sabia apenas uma coisa: Era belo e havia uma missão.

Caíam as folhas de outono em algum lugar de nosso globo. Havia festa do lado de lá e pensamentos introspectivos por aqui. Era fato - iniciava-se uma nova fase, uma nova frequencia, uma nova vida.
A missão tomava claramente seu curso. Não se pode fugir quando o trabalho chama.

Calma.
Talvez não esteja tão claro para todos que trata-se de missão... precisaremos de tempo.
Silêncio e sorriso.
Era alívio para a maioria que desejava mais e mais estações compartilhadas.

O vento soprava forte e as mensagens se espalhavam no vento.
Não. Não era dominador da palavra, mas seus atos, ainda que regidos por um corpo infantil, resplandeciam a pureza do belo e do certo.
Um exemplo! Várias conquistas!
Descobri o mistério...
Ele ganhou dos céus o vento de presente, e saiu a cantar.


Rimos muito juntos, das coisas mais bobas que imaginásseis.
Não corremos ou andamos de bicicletas juntos, mas falamos da vida e daquele outono. Daqueles que o transformaram e o fizeram estar cada vez mais próximo e parecido com os elementos da natureza...

Nosso bem querer se transformara em dulcíssima amizade...
E na última vez que nos vimos, quis colocá-lo no braço...
Mas já havia passado um monte de outonos...

A missão invertida de valores estava por finalizar,
E ele, que ora senti como filho, ora como anjo, disse-me em pensamento, percebendo meus olhos de saudade, que o vento precisava soprar por todas as partes.

3 comentários:

  1. Que lindo texto... soou como uma poesia!
    Parabéns pela sensibilidade :)

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  2. Choro sem perceber diante de uma declaração tão pura de lealdade e amizade...
    Lindo, lindo, lindo...

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  3. Muito lindo seu texto. Me deixou com uma "estranha sensação boa"

    Um forte abraço!

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